Metallic Rouge

Metallic Rouge é um anime que ganhou alguma atenção na temporada de inverno de 2024 na Crunchyroll. Apesar de ser uma animação original (sem ter um mangá ou light novel como material-base), a produção foi capitaneada pelo estúdio Bones (My Hero Academia), o que gerou alguma expectativa.

Aqui eu já posso adiantar que Metallic Rouge não alcançou essas expectativas.

Visualmente, o anime é muito bonito. Aliás, isso é praticamente uma exigência se tratando de produções de ficção científica. Além disso, as duas protagonistas, Rouge e Naomi, têm muita química em suas ações. Rouge é do tipo de entrar em combate na cara e na coragem, até porque suas habilidades permitem tamanha ousadia. Naomi, por sua vez, é o cérebro por trás das ações de Rouge. E isso tanto de uma forma positiva quanto de uma forma negativa.

Basicamente, Rouge tem a missão de matar os Nove Imortais, que são Neans (uma espécie de androides que não pode machucar humanos na maior parte dos casos). Ela é uma Nean também e logo percebe que está envolvida em uma trama maior do que imaginava.

De maneira geral, Metallic Rouge traz algumas mensagens profundas e interessantes, como os conceitos de família, liberdade e independência. O problema é que esses conceitos ficam difusos no enredo confuso da série (e olha que eu gosto de um papo cabeça).

Para início de conversa, há muitos lados no enredo de Metallic Rouge, o que acaba confundindo e afastando o público. Às vezes, é melhor simplificar e insistir na dicotomia do que fazer um enredo mais complexo, principalmente quando há limitações de tempo para este roteiro se desenrolar.

Em Metallic Rouge, isso é bem verdade. Por exemplo, Cyan, uma personagem importante para Rouge e para o enredo, é só introduzida no final da série. Aí o público tem pouca chance de se aproximar dela.

Esses mil lados com pouco tempo de desenvolvimento acabaram arrastando o final da série, que, pasmem, não é conclusivo. A questão aqui não é enrolação ou filler, mas sim falta de episódios para desenvolver e finalizar a série de um modo justo e coerente.

Metallic Rouge ainda vale a pena? Eu creio que sim, e olha que não sou muito fã de ficção científica. Mas não espere uma revolução na arte de contar histórias.

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